Um software está sendo desenvolvido para diagnosticar e medir as ações da Cultura da Generosidade Alterista nas empresas, que nada mais é do que o ato de ajudar outras pessoas sem prejudicar suas decisões e seus próprios interesses. Essa novidade vinda da Universidade Federal do Ceará, do campus de Russas, é resultado de um projeto idealizado pelo InsAB (Instituto de Alterismo do Brasil) em parceria com o programa Meninas Digitais do Vale.
O projeto tem como objetivo ajudar organizações que visam promover melhores condições de trabalho a todas as pessoas, mapeando ações inclusivas e diversas, além de impulsionar mulheres na área do TI, que ainda carece de representatividade feminina.
De acordo com pesquisa realizada em 2021 pela empresa de recrutamento Michael Page, menos de 20% dos cargos das áreas de tecnologia no Brasil são ocupados por mulheres. Em toda a América Latina, elas ocupam menos de 30% dos cargos de liderança no setor.
Meninas Digitais do Vale tem o objetivo de mudar esses números e, assim, fortalecer a participação feminina nos cursos de graduação da área de TI. O projeto é parceiro do programa Meninas Digitais da SBC (Sociedade Brasileira de Computação) que incentiva e apoia a criação de projetos que divulgam a computação para estudantes mulheres do ensino fundamental e médio.
Junto com o InsAB, duas professoras e seis alunas do programa – entre 19 e 22 anos – iniciam a criação de um software inovador. De acordo com Cris Zanata, CEO e fundadora do Instituto, a plataforma poderá ser utilizada para o gerenciamento de indicadores das empresas que realizam consultorias com o InsAB. “Na plataforma, serão gerenciados os dados das empresas relacionados à implementação da Cultura da Generosidade Alterista, que acredita na transformação da cultura organizacional por meio de ações de diversidade, equidade e inclusão, e indicadores para acompanhamento de sua evolução”, afirma ela.
Anna Beatriz Marques, professora e coordenadora do projeto Meninas Digitais do Vale, explica que o software está em fase inicial de desenvolvimento, mas que ela e a equipe do projeto já têm a metodologia de como tudo será realizado.
“Utilizaremos a metodologia Design Thinking por ter as características que consideramos inerentes ao projeto: inovação, colaboração, empatia e experimentação. Em conjunto, adotaremos a metodologia ágil Scrum para o gerenciamento do projeto, por apoiar entregas incrementais do software, a comunicação e validação constante do Instituito InsAB e a melhoria contínua do trabalho da equipe e do software”, explica ela.
De acordo com ela, será adotado o conceito de MVP (sigla em inglês para Minimum Viable Product – ou Produto Mínimo Viável), que significa construir a versão mais simples e enxuta de um produto, empregando o mínimo possível de recursos para entregar a principal proposta de valor da ideia.
“O MVP consistirá nos módulos de cadastro de empresas e gerenciamento de indicadores de diagnóstico. O gerenciamento dos indicadores é o recurso mais complexo da plataforma, pois requer maior conhecimento sobre a metodologia, procedimentos e cálculos realizados sobre os dados coletados em pesquisas nas empresas. Os indicadores são de diferentes tipos e formatos de visualizações de dados. Estimamos a entrega para fevereiro de 2024”, prevê Beatriz.
“Estamos entusiasmadas com a possibilidade de vivenciar esta experiência profissional no desenvolvimento da plataforma, durante a qual adotaremos metodologias de Engenharia de Software e Interação Humano-Computador. Teremos ainda a oportunidade de contribuir para a promoção da igualdade de género nas empresas, objetivo alinhado à missão das Meninas Digitais do Vale”, finaliza Beatriz.
Sobre o InsAB: O InsAB é a primeira consultoria do Brasil a implementar a Cultura da Generosidade Alterista (com limites) nas empresas com o objetivo de preparar o ambiente e engajar as pessoas, de forma genuína, para o acolhimento das ações de diversidade, equidade e inclusão.
Sobre Meninas Digitais do Vale: Por mais Mulheres na TI! Esta é a principal motivação do projeto Meninas Digitais do Vale, que iniciou suas atividades no dia 09 de abril de 2018. A ideia do projeto é fortalecer a participação feminina nos cursos de graduação da área de TI da Universidade Federal do Ceará do campus de Russas. O projeto é parceiro do programa Meninas Digitais da SBC (Sociedade Brasileira de Computação)