Está no ar! Foi lançado nesta quinta-feira, 07, o aguardado documentário de ANNA, “Made in Brazil”. Dirigido por Anderson Rogério, roteirizado por Nelson Lacerda e produzido pela Tomada Criativa, o minidocumentário está disponível no canal do YouTube da artista. Assista aqui!
Em pouco mais de meia hora, a obra contrapõe imagens dos bastidores da DJ e produtora natural de Amparo/SP em sua saga pela última edição do Tomorrowland Brasil — evento em que ela foi a única artista escalada para se apresentar nos três dias de festival —, com histórias de sua carreira que se confundem muitas vezes com a história da própria música eletrônica brasileira, e depois mundial, fazendo com que o material audiovisual seja um registro raro e importante deste gênero musical no Brasil, que carece de volume de documentação.
ANNA conta que se apaixonou pela música eletrônica aos 14 anos, no clube do seu pai em Amparo, interior paulista, o Six:
“Quando eu fiz 14 anos, meus pais me deixaram começar a frequentar o club, e eu amava. Um dia, levei à atenção do meu pai que o DJ residente estava tocando as mesmas músicas, na mesma ordem, toda semana. Aí ele me disse: ‘por que você não vai lá e toca você mesma?’”.
“Eu queria bolar alguma coisa diferente. E nessa época, a cabine de DJ era extremamente machista. Aí veio a ideia: ‘já pensou uma mulher tocando?’. Porque era impossível!”, explica Bira, o pai.
Para a edição brasileira do festival belga, ANNA alugou uma casa em Itu/SP para toda a família — que normalmente não pode acompanhá-la em suas turnês pelo planeta — prestigiá-la de perto. E ali foram gravadas algumas das principais cenas do documentário.
“Made in Brazil” também traz depoimentos fundamentais de seus familiares, profissionais que trabalham ou trabalharam ao seu lado e de fãs.
“Em 2020, tive uma depressão muito forte. De uma maneira bem inesperada, ela apareceu na minha vida com uma música. Eu ia dormir escutando, porque me acalmava — eu começava a viajar, a imaginar tempos melhores, porque era uma música que me trazia esperança”, conta um admirador.
“Saber que minha música está afetando alguém de maneira positiva, abrindo o coração, aumentando a frequência… É isso que me dá o gás”, complementa a DJ.
A partir de então, podemos entender como a persona artística de ANNA se desenvolveu até se transformar na grande estrela que é hoje, bem como conhecer melhor os sacrifícios e dificuldades que ela e seus entes queridos precisaram enfrentar para chegar aonde chegaram, e recortes de como funciona a cena eletrônica nacional.
Mais sobre ANNA
Ana Miranda, também conhecida como ANNA, é um raro exemplo de musicista e produtora completamente confortável em mudar de forma entre duas carreiras paralelas na música eletrônica, representando os seus dois mundos — techno e ambient.
A DJ e produtora brasileira radicada em Lisboa mudou-se para Barcelona em 2015 para estar mais perto do circuito europeu de dance music — uma cena que se apaixonou pelo seu techno hipnótico e melódico lançado em uma gama de gravadoras vitais, de Drumcode a Plus 8, Mute Records a Afterlife.
Seu hit de verão de 2019, “Forever Ravers”, com Miss Kittin, na Kompakt, iluminou pistas de dança em todo o mundo e se tornou um hino pandêmico, enquanto suas produções poderosas e estimulantes continuaram a evoluir e enriquecer seu som a cada nova faixa, muitas vezes distintamente infundido com uma essência ambiente que serviu de base para sua caminhada em direção a esse mundo.
ANNA está há mais de 20 anos em uma carreira célebre e altamente reverenciada, que a elevou das pistas de dança da Six — boate de seu pai no interior de São Paulo, onde ela tocou pela primeira vez — para alguns dos clubes e festivais mais conceituados do mundo, incluindo DC10, Hi, Printworks, Warung, Movement, Tomorrowland, Time Warp e Coachella.
Nos últimos anos, ela entregou remixes clássicos de crossover para nomes como Jon Hopkins, Orbital e Depeche Mode.
Com mais de 48 milhões de streams apenas no Spotify, ANNA continua provando que sua criatividade musical não tem limites.