O perdão é o primeiro passo para a cura

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Lucy Mari Tabuti (*)

Quantos caminhos percorremos na vida até finalmente chegarmos ao perdão? Quais são os entendimentos necessários, para a maturidade de aceitar o que fizeram de errado conosco? E fizeram mesmo algo errado conosco? Será?

É preciso tempo, muitos tapas na cara e amadurecimento, para a então compreensão do perdão como algo que presenteamos a nós mesmos. Como podemos afirmar com toda certeza, de que nossos pais cometeram falhas, em relação a nossa criação? Pais dão o que tem, o que tinham para dar, o que sabiam fazer com amor. Aquilo, que acreditamos ter nos faltado, nada mais é do que, o que eles também não tiveram, pois não receberam de seus pais e, além de não terem aprendido a agir diferentemente, fizeram o que realmente acreditavam que era o melhor para nós.

Vivemos numa sociedade e dinâmica, onde as pessoas simplesmente repetem e perpetuam os atos de sua ancestralidade por meio de sua descendência, de forma inconsciente e automática. Cabe a nós, no caminho da evolução, enxergar este fato e agradecer o que foi recebido, ainda que num primeiro olhar, tenha parecido pouco.

A cada geração, se observarmos com atenção, percebemos mudanças de comportamento e quebra de padrões. E quando somos nós a reclamar sobre algo negativo, temos a oportunidade de sermos os que romperão uma repetição, um hábito.

Por exemplo, se eu sou uma pessoa que ressente a falta de carinho na infância, posso me fazer de vítima e sofrer a vida toda por isso. Mas, se ao contrário, eu tiver a coragem de ressignificar essa dor, compreendendo que meus pais não me deram carinho, porque também não o receberam de seus pais, eu rompo a conexão com a falta e me torno apta, a quando mãe, ser alguém que saberá dar carinho, curando a mim e as próximas gerações.

Isso pode acontecer em vários aspectos do comportamento como: rejeição, insegurança, agressividade, violência, alcoolismo, negligência, exclusão e tanto mais. Tudo a que ficamos atentos e enxergamos, nos traz a oportunidade de fazer diferente, melhorando os padrões familiares e curando o que veio antes, abrindo espaço para algo novo, aos que virão depois.

O perdão é um processo de cura, que começa na compreensão de como a própria vida funciona, atuando sobre o comportamento humano de modo geral e segue para a libertação de pesos desnecessários, abrindo espaço para o novo e o positivo. Quem perdoa seus pais pela falta, permite ser presenteado pela vida, pois o olhar ressignificado permite amor, prosperidade, alegria e paz.

O perdão pode parecer algo feito a outrem, mas é em primeiro lugar uma atitude benéfica a nós mesmos.

O perdão é o primeiro passo para a cura!

 

(*) Lucy Mari Tabuti – empresária, educadora, escritora e psicoterapeuta. Autora do livro “Os 5 fundamentos de reencontro com seu eu” (Literare Books International). Instagram: @lucymaricriativo

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