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O “Efêmero” de Juliane Hooper: cantora e compositora lança álbum

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Nascida no Paraná, Juliane Hooper saiu de casa aos 15 anos e morou em diversas cidades do estado de São Paulo. Ao longo dos anos, foi parar na capital. Essas idas, e nunca bem-vindas, fizeram com que uma cantora e compositora entendesse bem quando o assunto é estar de passagem. Mas essa palavra pode ser usada apenas para mudanças de lugar? Foi refletindo sobre esse estado de impermanência que Juliane criou seu mais novo trabalho, o álbum Efêmero . E assim nos comprova, mais uma vez, que sabe transformar sua singularidade em arte. O lançamento é no dia 13 de março.

Efêmero nasceu de uma ideia que gerou uma canção. Ao assistir ao filme Antes da Meia-Noite , dirigido por Richard Linklater, um diálogo sobre a transitoriedade da vida chamou a atenção de Juliane. Era a fala de um personagem mais velho sobre beleza, melancolia, amor e saudade. Envolvida pela ideia e pela identificação, a cantora escreveu a poesia Leaving , que se transformou em música – a terceira faixa – e logo se tornou o ponto de partida para a construção do trabalho.

“ Acho triste e bonito ao mesmo tempo a nossa finitude e como estamos realmente de passagem. Isso contrasta e completa um tema recorrente no meu trabalho, que é a busca pela essência, pela raiz, pelo lar; a versão ao superficial, à inconstância, de alguém que busca essas raízes porque sempre esteve ‘solta’, perdida, sem lar e sem lugar fixo. O conflito que tudo isso gera é muito profundo” , conta Juliane Hooper.

O álbum conta com sete faixas, mesclando Português e Inglês, sendo cinco produzidas por Julio Mossil, que também assina a produção do primeiro disco da cantora, Soulful , e uma faixa produzida por Mateus Lima, baixista que acompanha há anos. Trazendo a percepção de não se manter no mesmo lugar, Efêmero vem com Neo Soul, mas com referências e percepções diferentes em cada música. A instrumentalidade é rica com baixo, bateria, teclados/piano, guitarra, saxofone e ainda tem uma gaita, deixando tudo refinado.

“Borra da Ânsia” inicia o álbum e é uma parte da última faixa “Café com Gelo” . Enquanto a primeira faixa é cantada e acompanhada por um saxofone e piano, já é entendido o motivo da escolha do nome do álbum, a que finaliza o álbum tem a sua maior parte recitada e traz a poesia completa. “Produtos” , cantada em inglês, fala sobre objetificação e insuficiências, ou se sentir vendido, sem “valor”, substitutovel; manter uma distância para acreditar que se o real for revelado, ninguém vai admirar ou enxergar da mesma forma .

“Leaving” foi a maior inspiração para a criação do álbum, e carrega um Blues com o acompanhamento de Big Chico tocando gaita. Em seguida, “Drown In Me” , lançado como single, é uma das faixas com estilos mais diferentes que a cantora já tocou, a canção é um indie rock e faz um mergulho emocional em águas turbulentas da perda e autorreflexão.

A animação “Better Man” é a letra mais antiga, escrita em 2016 e produzida por Mateus Lima. E por fim, “Se Errar, A Gente Continua” , em uma atmosfera mais caseira de um encontro entre amigos, a faixa foi gravada pelo celular, enquanto Juliane e seu namorado testavam vozes de uma música. Juliane é acompanhada no violão de Bruno Picolo em um som acústico e calmo.

Efêmero começou a ser gravado no ano de 2024 com apoio e realização de Xexeu Tripóli e ADAAP/SP Escola de Teatro. O álbum sai em março e no dia 12 de abril, Juliane apresenta o show de lançamento gratuito na SP Escola de Teatro.

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