À medida que o Dia do Jornalista se aproxima, a celebração é marcada por um olhar introspectivo sobre a profissão que molda a consciência coletiva. Em um tempo onde a desinformação se propaga com velocidade e impacto sem precedentes, é crucial destacar a importância do bom jornalismo – uma jornada que entrelaça ética, proteção de dados e a incansável busca pela verdade.
No mundo hiperconectado de hoje, dados fluem como água, cada vez mais acessíveis, porém cada vez mais vulneráveis. O jornalista moderno, ao navegar por essa corrente, assume a responsabilidade não apenas de informar mas de proteger. Com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) como bússola, os jornalistas têm a tarefa ética de respeitar a privacidade enquanto desvelam histórias que merecem ser contadas, equilibrando o direito à informação com a segurança dos dados.
O jornalismo se levanta como um farol de integridade, em contraponto à sombra das fake news. A luta contra a desinformação é uma luta pela verdade, e jornalistas são os protagonistas neste campo de batalha, armados com a ética e o comprometimento com os fatos. Neste cenário, cada artigo, cada reportagem, cada tweet jornalístico é um passo em direção a uma sociedade mais informada e menos suscetível às distorções da realidade.
Reconhecemos que o jornalismo transcende a frieza dos dados; ele pulsa com a vida das histórias humanas que relata. A isenção, embora pareça uma miragem, é uma meta perseguida diariamente, pois o jornalismo é alimentado por emoções que ressoam com seu público. A verdadeira imprensa, desengajada e honesta, não nega suas emoções, mas as canaliza para um compromisso inabalável com a verdade.
Com a ascensão das redes sociais, o papel do leitor evoluiu; de mero receptor a participante ativo na narrativa jornalística. O leitor de hoje confronta, questiona e complementa as informações veiculadas pela imprensa, enriquecendo o diálogo público e impulsionando o jornalismo a novos patamares de transparência e autenticidade.
Ao homenagearmos os jornalistas neste dia especial, celebramos os guardiões da verdade em uma era saturada de ruído digital. A sobrevivência do bom jornalismo reside em sua habilidade de adaptar-se, de manter-se ético e, acima de tudo, de continuar surpreendendo, mantendo-se firme diante das adversidades e fiel à missão de informar com precisão e profundidade.
É esse compromisso inabalável com a verdade que permite ao jornalismo iluminar os cantos obscuros da sociedade, orientando o público através do bom e do mau tempo, e defendendo a democracia contra as tempestades da desinformação e do partidarismo.
À medida que navegamos pela era digital, a relevância do jornalismo honesto e desengajado nunca foi tão crítica, servindo como um farol de verdade em meio à névoa da desinformação.
*Alexander Coelho – sócio do Godke Advogados, advogado especializado em Direito Digital e Proteção de Dados. CIPM (Certified Information Privacy Manager) pela IAPP (International Association of Privacy Professionals). É membro da Comissão de Privacidade e Proteção de Dados e Inteligência Artificial (IA) da OAB/São Paulo. Pós-graduando em Digital Services pela Faculdade de Direito de Lisboa (Portugal).